PORÇÃO SEMANAL PARA O DIA DO DESCANSO
SIVAN
26
5772 - JUNHO
16 2012
SH’LÁCH
LECHÁ = “ENVIA PARA TI”
LEITURAS
PARA MEDITAÇÃO
Torah: Números 13:1 - 15:41
Haftará: Josué 2:1-24
Brit
Hadashá: Hebreus
3:7-19
Torah: Números 13:1
a 15:41
“E
falou o Eterno a Moisés, dizendo: “Envia
para ti homens, e espiem a terra de Canaã, que Eu hei de dar aos filhos de
Israel; um homem, por cada tribo de seus pais, enviarás, sendo cada qual
príncipe entre eles”. E enviou-os Moisés desde o deserto de Parán, segundo o
mandado do Eterno; todos eles eram homens, cabeças dos filhos de Israel.” (Nm 13:1-3).
O destino de um povo depende de sua decisão
e esta decisão precisa estar de acordo com a vontade do Eterno. Esta porção
semanal nos trás ensino muito rico e também muito triste na história de Israel.
O livre-arbítrio é o poder de decisão que o homem tem e precisa ser usado de
tal maneira como se não tivesse.
Ouvi certa ocasião uma definição sobre
livre-arbítrio que me fez pensar: “livre-arbítrio é algo que é usado por quem
quer desobedecer a Deus”.
Claro que é um exagero, pois, podemos e
devemos usar nossa vontade em sintonia com a vontade do Eterno, aliás, este é
um dos motivos pelos quais estudamos as suas Palavras e nos submetemos ao Seu
Ruach Hakodesh.
“ENVIA
PARA TI”,
e não “ordenou o Eterno a Moisés”...
O povo não conhecia a Terra da Promessa,
Deus estava conduzindo estas milhares de pessoas com carinho e amor paternal,
da mesma maneira que um pai conduz seu filho em meio a perigos preservando com
todo zelo e cuidado, mas, havia uma indagação nos corações dos israelitas: ...”seria realmente boa a terra da promessa?
Ou seria uma extensão deste deserto terrível?
Não podemos nos esquecer da experiência da “saudade
do Egito” que tinha pouco antes, tomado conta do coração do povo. O Eterno
ORDENA Moisés separe 70 homens (autoridades) do povo para ajudá-lo na condução
da Congregação. Este ENVIA PARA TI, foi
porque o povo pediu e não Deus, pois Ele sabia o que era melhor para Seus
filhos.
A palavra de Deus era uma permissão, uma
autorização e não uma ORDEM.
Nossa relação com Adonay deve ser de fé
absoluta, sabedores que somos que Seus planos são os melhores para as nossas
vidas. A Bíblia diz:
“Entregue o seu caminho ao
SENHOR; confie nele, e ele agirá”.
(Sl. 37:5)
Os Israelitas já tinham vivenciado várias experiências
com relação à Santidade do Eterno. Viram os sinais, os livramentos, as
provisões e também o zelo de Deus no tocante à disciplina na Congregação. A
promessa de Deus é colocar Seu povo na Terra Prometida, lugar onde brota “leite
e mel”, a Terra da Esperança, do livramento, da alegria, da paz e da segurança,
mas tudo indica que havia no coração de muitos ali, uma interrogação: seria
o Eterno capaz? Esta terra de fato existia? Ou outra questão qualquer,
mas que no final a conclusão seria, dúvida,
incredulidade, onde motivou o desejo de “espiar a terra”.
Deus aceita a sugestão, não ordena esta
tarefa porque Ele conhece todas as coisas, conhecia muito bem a terra que tinha
prometido a Seu povo, conduzia com amor e cuidado a multidão, disciplinava como
um bom pai os filhos rebeldes e recalcitrantes e agora a vontade do povo será
ironicamente uma das maiores provas que irá passar.
Antes de prosseguirmos com a análise do
texto creio que até aqui já nos identificamos com situações pelas quais já
passamos e podemos ver onde vencemos ou fracassamos. Quando se questiona a
Palavra do Pai, quando desejamos “conferir” a possibilidade da promessa, saímos
do “caminhar na fé” e entramos no desfiladeiro “da morte” chamado: dúvida, incredulidade.
São separados os príncipes de cada tribo, o
texto os chama de ROSH que significa, cabeça. São doze, representando cada
tribo de Israel.
Moisés estabelece a tarefa, um mapeamento
estratégico que leva quarenta dias para a conclusão. Interessante notar o
número de dias, 40, número muito significativo na Bíblia, Moisés no monte para receber a Torah, Elias a caminho para receber o
comissionamento do Eterno, os dias em que Yeshua foi tentado no deserto, e
outros mais. Tempo suficiente para que longe da pressão da multidão, estes
líderes pudessem em concordância trazer uma palavra segura às suas famílias,
haja vista a confirmação da natureza da promessa de Deus quando contemplaram a
terra e colheram parte de seus frutos.
A desgraça acontece na volta dos 12, no
fatídico relatório quando duas coisas vão marcar o início da catástrofe:
Ø
Uma palavra
Ø
Uma ação
A palavra foi: “..... dela emana leite e
mel, e este é o seu fruto. PORÉM...
Em outras palavras, “não é bem assim”, “a coisa não vai ser fácil”, ou melhor,
disseram: “é impossível!!!”
“A língua tem poder sobre a vida e sobre a
morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto.” (Pv 18:21).
A liderança diante de seus discípulos
precisa saber o que vai falar e quais serão as conseqüências, suas palavras
trarão vida, cura, saúde, prosperidade ou, poderão levar o povo à destruição.
Para piorar a situação, além da palavra de
dúvida, eles agiram perversamente:
“E espalharam entre os
israelitas um relatório negativo acerca daquela terra. Disseram: “A terra para
a qual fomos em missão de reconhecimento devora os que nela vivem. Todos os que
vimos são de grande estatura.” (Nm 13:32).
A palavra correta é: DIFAMARAM A TERRA, ou seja, saíram pelo arraial influenciando as
suas famílias. Já havia em seus corações uma predisposição a isso. Dez espias
contaminados. Dois príncipes (Caleb = Judá, e Josué = Efraim) tentaram mudar o
quadro (HALLELUYAH! Sempre o Eterno tem um remanescente fiel na terra), mas não
foi possível.
A
Terra Prometida pelo Eterno Deus deixa de ser (no relatório daqueles 10 homens)
uma benção para ser INFAMADA.
Quantas vezes nós também não chamamos a bênção
de maldição?
Quando reclamamos de algo que recebemos de
Deus estamos fazendo a mesma coisa, um pequeno exemplo:
“Quem encontra uma esposa encontra algo
excelente; recebeu uma bênção do Senhor.” (Pv 18:22).
“Os filhos são herança do
Senhor, uma recompensa que ele dá”. (Sl 127:3).
A esposa é benção, sim ou não?
Os filhos são bênçãos, sim ou não?
Quando reclamamos estamos dizendo: “Deus,
você me enganou”!
Dois exemplos bem simples.
Voltemos ao texto bíblico.
Os 10 espias foram sagazes, prepararam um
relatório bem elaborado (para o mal) para provocar o pavor no povo, disseram: Amalec, etc., DEPOIS que falaram o nome
Amalec nem precisaria dizer o resto, pois o estrago estava feito.
O povo foi levado a duvidar de Deus, esta
hora seria a oportunidade de confirmar a aliança, o povo deveria declarar sua
fé no Eterno “Bitachon”, que significa sentir-se seguro, mas, como resultado
de tudo isso ainda foi acrescentado outro mal maior: O POVO CHOROU A NOITE INTEIRA.
“E levantou-se toda a
congregação e ergueu suas vozes, e chorou o povo naquela noite.” (Nm 14:1).
Segundo os Sábios, um choro que já dura mais
de 3.000 anos.
No comentário da Torah (Ed. Sêfer), nas
anotações de rodapé (pg. 427) diz o seguinte:
O
Rabino Rabá, em nome do Rabi Iochanan, disse: Aquela noite foi 9 de Av no
calendário Hebreu e no futuro as duas destruições do Templo ocorreram em 9 de
Av.
Podemos ainda acrescentar que, também foi no
dia 9 de Av (31 de março) de 1492, o casal Isabel e Fernando, os reis Católicos
da Espanha assinam o Édito de expulsão dos Judeus.
Impressionante demais, um choro longo que
atravessa séculos, mas, graças a Deus porque também Ele vai buscar e restaurar
Seu povo e enxugar dos seus olhos toda a lágrima:
“Pois a sua ira só dura um
instante, mas o seu favor dura a vida toda; o choro pode persistir uma noite,
mas de manhã irrompe a alegria.”
(Sl. 30:5).
E ainda:
1 “O Espírito do Soberano, o Senhor,
está sobre mim, porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres.
Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar
liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros,
2 para proclamar o ano da
bondade do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; para consolar todos os que
andam tristes,
3 e dar a todos os que choram
em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e
um manto de louvor em vez de espírito deprimido. Eles serão chamados carvalhos
de justiça, plantio do Senhor, para manifestação da sua glória”. (Isaías
61:1-3). NVI
Sabemos o final da história, ela terminará
com o Cântico de Moisés e o Cântico do Cordeiro (Apoc. 15:3). Não importa o
tempo que isso levará, mas, a vitória é certa, HALLELUYAH!
Haftará: Josué 2:1-24
A conquista da terra prometida. Conquista e não um achado.
Josué e Calebe representam a nova geração de conquistadores,
a lembrança do fracasso ficou para trás, diante deles só há um caminho, uma
alternativa, AVANÇAR E VENCER!
Os espias vão examinar Jericó a “porta de entrada” para a
Terra Santa.
Uma prostituta será o instrumento do Eterno, Raabe e num
certo sentido se torna a personalidade principal para a nossa Haftará.
É uma estrangeira, vive uma vida promíscua e é onde vive que
os espias vão chegar. Raabe toma uma decisão de Fé, conhece a “fama” do Eterno
e crê que Ele vai cumprir Seus propósitos para com Seu povo.
Que magnífico! Ela não fazia parte do povo de Israel, mas têm
fé, segurança absoluta, intercede por sua casa, coloca sua vida e a dos seus
para proteger os espiais e aceita a aliança (fita escarlate), “a marca do
sangue” e é salva, ela e sua casa.
Entra para a história, o passado é apagado e seu nome é colocado
junto aos heróis da fé:
“Pela fé a prostituta
Raabe, por ter acolhido os espiões, não foi morta com os que haviam sido
desobedientes”. (Hb 11:31).
O sinal fala da marca do Sangue de Yeshua
que nos purifica de todo o pecado. O povo judeu foi separado por Deus para ser
uma benção a todas as nações. Aqueles que creram formaram o povo de Deus, um só
povo não divido em Israel e Igreja, mas somente, o Israel de Deus, ou seja, a
Comunidade dos Salvos.
O plano divino é para toda a família:
Eles responderam: “Creia no Senhor Jesus, e
serão salvos, você e os de sua casa”. (Atos 16:31).
O plano é para toda a família, porém alguém
pode perguntar:
- E os que não aceitam?
Não podemos desanimar. Devemos confiar nas
promessas do Eterno e saber que enquanto há vida, há esperança, e descansar na
soberania de Deus.
Nosso ministério de ganhar almas é
concentrado nos lares.Respeitamos outros métodos que podem também funcionar,
mas, o plano bíblico para a salvação da família é GANHAR ALMAS NOS LARES.
Retornando ao texto: - Que diferença o
relatório destes dois espias! A segurança que Deus entregaria os inimigos nas
suas mãos.
Hoje também enfrentamos verdadeiros gigantes.
A cada dia temos uma “Jericó” para conquistar; mas ao estudarmos esta porção
semanal, somos lembrados que o nosso Deus é chamado de Eterno, Ele é o mesmo Yeshua
hoje, ontem e para sempre, Amém.
Brit Hadashá: Hebreus 3:7-19
“7 Assim, como diz o
Espírito Santo: “Hoje, se vocês ouvirem a sua voz,
8 não endureçam o coração, como
na rebelião, durante o tempo da provação no deserto,
9 onde os seus antepassados
me tentaram, pondo-me à prova, apesar de, durante quarenta anos, terem visto o
que eu fiz.
10 Por isso fiquei irado
contra aquela geração e disse: O seu coração está sempre se desviando, e eles
não reconheceram os meus caminhos.
11 Assim jurei na minha
ira: Jamais entrarão no meu descanso”.
12 Cuidado, irmãos, para
que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus
vivo.
13 Ao contrário, encorajem-se
uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, de modo que
nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado,
14, pois passamos a ser
participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o fim à
confiança que tivemos no princípio.
15 Por isso é que se diz:
“Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião”.
16 Quem foram os que
ouviram e se rebelaram? Não foram todos os que Moisés tirou do Egito?
17 Contra quem Deus esteve
irado durante quarenta anos? Não foi contra aqueles que pecaram, cujos corpos
caíram no deserto?
18 E a quem jurou que nunca
haveriam de entrar no seu descanso? Não foi àqueles que foram desobedientes?
19 Vemos, assim, que por causa
da incredulidade não puderam entrar.”
Por causa da incredulidade não puderam
entrar na Terra da Promessa.
Seguindo a nossa porção do Estudo Semanal
passado, a aplicação é a mesma.
As Escrituras Sagradas não somente nos
ensinam com todos os mandamentos, preceitos, modo de conduta em todas as
esferas de nossa vida como também com fatos históricos que lamentavelmente se
repetem e, às vezes, não aprendemos com os erros dos outros.
Há uma palavra que não me lembro à fonte
neste momento que é mais ou menos assim: “quem não conhece a história está destinado a
cometer os mesmos erros do passado”.
No caso da Bíblia Sagrada temos o próprio
modelo da Congregação do deserto, temos a Torah para ser vivida de uma maneira
completamente diferente deles porque temos Aquele que nos ajuda na revelação, a
saber, “Ruach HaKodesh, temos Jesus Cristo que é a Torah Viva, HalleluYah!
O Eterno espera que vivamos uma vida de santidade,
conhecida no Judaísmo como Chadissismo*
(piedosos), e que significa viver a palavra de uma maneira prática, servindo a
Deus e aos homens, sem apego exagerado às coisas passageiras, não olhar somente
para aquilo que lhe pertence ou pode lhe trazer benefício.
Na Ética do Sinai de Irving M. Bunim – Ed.
Sêfer (Pirkê Avot), pg.IV é dito: “o verdadeiro chassíd é aquele que superou
sua natureza aquisitiva e olha mais além para enxergar o espírito da Lei”.
7 “Rejeite, porém, as fábulas
profanas e tolas, e exercite-se na piedade.
8 O exercício físico é de
pouco proveito; a piedade, porém, para tudo é proveitosa, porque tem promessa
da vida presente e da futura.
9 Esta
é uma afirmação fiel e digna de plena aceitação.” (1ª Tm 4:7-9).
Corremos o risco de
nesta busca por RESTAURAÇÃO nos tornarmos apenas “religiosos” presos a símbolos
e costumes que não nos acrescentam nada, ao voltarmos às Raízes da Igreja do
primeiro século precisamos entender o ESPÍRITO DA TORAH.
A igreja do primeiro
século estava plena, com a Revelação de Yeshua cumprindo as promessas da
primeira Aliança, cheia do poder de Ruach HaKodesh e é isso que precisamos,
escolher as virtudes, viver Yeshua, e fazermos a diferença num mundo totalmente
perdido e confuso onde a religião é desacreditada por ter um DISCURSO diferente
da PRÁTICA.
Não esqueçamos a
essência da Torah:
Ø Amar a
Deus sobre todas as coisas, e
Ø Ao
próximo como a si mesmo
(*) CHASSIDISMO
“Em meados do século
XVIII, a Europa oriental deu à luz o maior movimento revivescência da história
judaica. Falamos do CHASSIDISMO – a força cataclísmica que varreu o estreito
intelectualismo que afastara as massas judias de suas tradições. Não era uma
forma nova de judaísmo, mas uma renovação. Na sua simplicidade, baseava-se em
princípios sublimes – alegria, viver, amor a Deus e ao homem, sinceridade e
dedicação. Na visão chassídica, o mercador da feira era tão capaz de
aproxiamar-se do Pai no Céu quanto o estudioso em seu gabinete..... Oferecia ao
judeu comum uma espécie de êxtase extraterreno, de um outro mundo, a mesma
oferta valia tanto para o pobre ignorante quanto ao rico intelectual. [Enciclopédia Judaica
– volume 10 - O Chassidismo e seus Mestres – Harry M. Rabinowicz – prefácio –
1º parágrafo (parte)].
Um ótimo final de
semana queridos, na Presença d’Ele,
Nicolau, apóstolo
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