PORÇÃO
SEMANAL PARA O DIA DO DESCANSO
IYAR
27 = 5772
19 MAIO 2012
“BECHUKOTAI” – “EM MINHAS LEIS”
LEITURAS
PARA O SHABAT
Torah: Levítico 26:3
– 27:34
Haftará:
Jeremias 16:19 – 17:14
Brit
Hadashá: 2ª Coríntios 6:14-18
Torah:
Levítico 26:3 – 27:34
Se
viverem de acordo com meus mandamentos, observarem e obedecerem às minhas mitzvot,
darei a vocês a chuva necessária na estação, a terra dará seu produto, e as
árvores no campo frutificarão. Sua debulha se estenderá até a colheita da uva,
e a colheita da uva se estenderá até o tempo da semeadura. Comerão quanto
quiserem e viverão com segurança em sua terra. Darei shalom à terra – vocês se
deitarão para dormir sem medo de ninguém. Livrarei a terra de animais
selvagens. A espada não passará por sua terra. Perseguirão seus inimigos, e
eles cairão diante de sua espada. Cinco de vocês perseguirão uma centena, e uma
centena perseguirá 10 mil – seus inimigos cairão diante de sua espada.
(Levítico 26:3-8 – Bíblia Judaica Completa).
No entanto, se não me ouvirem e não obedecerem a todas essas
mitzvot, se vocês abominarem meus regulamentos e rejeitarem minhas regras, a
fim de não obedecerem a todas as minhas mitzvot, e cancelarem minha aliança,
eu, de minha parte, farei isso a vocês: trarei terror a vocês – doença
devastadora, febre crônica para turvar a visão de vocês e exaurirei sua força. Semearão
sem sucesso, pois seus inimigos comerão as espigas. Virarei meu rosto contra
vocês – seus inimigos os derrotarão, quem odiar vocês haverá de persegui-los, e
vocês fugirão mesmo quando ninguém os estiver perseguindo. (Levítico 26:14-17 –
idem).
Esta é a última
Parashá do livro de Vayicrá (Levítico).
O assunto marcante é
o futuro de Israel, o que vai acontecer ao povo com relação à sua obediência ou
não aos mandamentos da Torah.
Receberão as chuvas
nas estações próprias, a terra será abençoada dando seus frutos e viverão em
paz na sua terra, sem temor do mal.
Após descrever as
bênçãos provenientes da obediência aos mandamentos divinos, este texto
apresenta as consequências terríveis se estes forem desobedecidos.
Bechukotai significa
“meus estatutos”, “minhas leis”, “meus
regulamentos”.
Moisés apresenta ao
povo de Israel promessas maravilhosas, que poderiam ser conferidas no dia-a-dia
dos israelitas.
É muito importante
entendermos esta porção semanal, pois é muito significativa para cada um de nós,
em nossos dias.
Essas promessas se
referem ao presente, e não ao porvir. Fala do hoje, do agora, e não da
eternidade.
Temos sido
doutrinados com a teologia do “céu”, do futuro e das bênçãos espirituais; elas
são reais, mais que importantes, são vitais para a nossa fé.
Bendito
seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. (Efésios 1:3 – NVI).
Alegrem-se
e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus... (Mateus 5:12 –
NVI).
As promessas referentes
à vida do fiel na eternidade são muitas e verdadeiras, mas Deus tem bênçãos
para seu povo nos dias atuais.
O texto acima fala
das condições para receber e viver essas bênçãos.
Moisés, servo
obediente de Deus, podia colocar à prova a Torah, a própria Palavra de Deus,
pois falava como profeta e sua fala teria que ser confirmada.
No decorrer dos
séculos, a Palavra de Deus (Torah) tem sido confirmada na vida do povo judeu.
Da mesma forma, as
nações gentílicas têm sido provadas no “crivo” da palavra de Deus em relação à
sua conduta moral e espiritual.
Todos
os que pecaram fora da estrutura da Torah morrerão fora da estrutura da Torah,
e todos os que pecaram sob a estrutura da Torah serão julgados pela Torah. (Romanos
2:12 – Bíblia Judaica Completa).
Pois
todas as vezes que os gentios, que não tem a Torah, fazem naturalmente o que a
Torah requer, esses, apesar de não terem a Torah, são a Torah de si mesmos! Por
meio de sua vida, demonstram que a conduta ditada pela Torah está escrita em
seu coração. Sua consciência também dá testemunho disso, porque seus
pensamentos conflitantes às vezes os acusam e outras vezes os defendem até o
dia em que Deus julgará os segredos mais íntimos das pessoas. (De acordo com as
boas-novas que eu anuncio: ele o fará mediante o Messias, Yeshua.) (Romanos
2:14-16 – idem).
Os acontecimentos
históricos têm mostrado os julgamentos que o Eterno Deus tem feito às nações
que quebraram a conduta moral e caíram na imoralidade, com um comportamento
contrário às verdades da Palavra de Deus.
Não estamos falando
de salvação pessoal, que ocorre através de arrependimento sincero, da entrega
de vida a Jesus Cristo e da prática da Torah na vida diária, mas sim dos
princípios eternos da Torah, que estão gravados nos corações dos homens e que será
“a pedra de toque” quando forem julgados pelo Criador.
A Bíblia registra a
destruição de grandes nações que se tornaram ímpias e cometeram abominações
diante do Eterno Deus, como por exemplo, as nações pré-diluvianas, os povos da
torre de Babel, Sodoma e Gomorra, Nínive e tantas outras.
A história também
nos traz relatos trágicos das destruições de Roma e de outras nações que, por
impiedade, desceram ao degrau mais baixo da iniquidade.
Falando do povo de
Deus, porém, há uma diferença muito grande em relação às outras nações.
Se
apesar disso tudo vocês ainda não me ouvirem, mas continuarem a opor-se a mim,
então com furor me oporei a vocês, e eu mesmo os castigarei sete vezes mais por
causa de seus pecados. (Levítico 26:27-28 – NVI).
Espalharei
vocês entre as nações e empunharei a espada contra vocês. Sua terra ficará
desolada, e as suas cidades, em ruínas. Então a terra desfrutará os seus anos
sabáticos enquanto estiver desolada e enquanto vocês estiverem na terra dos
seus inimigos; e a terra descansará e desfrutará os seus sábados. (Levítico
26:33-34 – NVI).
Lembra-te
agora do que disseste a Moisés, teu servo: “Se vocês forem infiéis, eu os
espalharei entre as nações, mas, se voltarem para mim, obedecerem aos meus
mandamentos e os puserem em prática, mesmo que vocês estejam espalhados pelos
lugares mais distantes debaixo do céu, de lá eu os reunirei e os trarei para o
lugar que escolhi para estabelecer o meu nome”. (Neemias 1:8-9 – NVI).
HalleluYah!
Existe uma diferença
muito grande entre Israel e as outras nações:
AS ALIANÇAS.
E
esta é a minha aliança com eles quando eu remover os seus pecados.
Quanto
ao evangelho, eles são inimigos por causa de vocês; mas quanto à eleição, são
amados por causa dos patriarcas, pois os dons e o chamado de Deus são
irrevogáveis. (Romanos 11:27-29 – NVI).
Muitas nações foram
destruídas, das quais não há mais vestígios, apenas alguns registros históricos.
O mesmo não ocorre com a nação de Israel.
A Bíblia relata
detalhadamente as consequências da desobediência do povo judeu quando foram
levados ao exílio, mas também registra o retorno do povo à terra.
No início da porção,
vimos a palavra que exorta a obedecer e também as consequências da
desobediência; tudo tem se cumprido literalmente na vida do povo judeu, o povo
do livro.
Há ainda uma palavra
maravilhosa e muito significativa nesta Parashá, que se encontra no livro de
Vayicrá, capítulo vinte e seis, versículo trinta e dois:
Desolarei
a terra, para que seus inimigos que vivem nela fiquem estarrecidos com isso.
Eretz Israel
pertence ao povo judeu, unicamente. Seus inimigos nunca encontraram bênçãos e
riquezas quando dominaram a terra Santa.
O Eterno Deus sempre
fez questão de “desolar” a terra apropriada indevidamente, para que somente com
a presença dos donos da terra ela pudesse receber suas chuvas e dar seus frutos
em ocasião própria.
Cabe uma nota aqui.
Os famosos
manuscritos do Mar Morto ficaram escondidos nas cavernas em Quram por quase dois
mil anos e só foram descobertos no final dos anos quarenta, quando novamente a
Terra Santa voltava às mãos do povo judeu.
Adonay não permitiu
que os Livros Sagrados fossem descobertos enquanto Seu povo não voltasse à sua
terra. Deus é tremendo!
O povo judeu, mesmo
em terra estranha, foi guardado por Deus.
Desde a sua expulsão
pós-guerra contra Adriano (132-135 E.C.), o povo foi peregrino em terra
estranha, mas nunca perdeu sua identidade nacional, seu temor e devoção ao Deus
único. Caminhou por terra estranhas, recitando o “SH’MA ISRAEL”.
Qualquer estudante
sabe que uma nação exilada, longe de sua terra, sem seus símbolos nacionais,
com a língua praticamente esquecida, não consegue sobreviver por mais de
quinhentos anos e assimila naturalmente a cultura em que vive, mas isso não
ocorreu com Israel.
O povo de Deus vive
debaixo de Leis Divinas, em que as punições têm a finalidade única de trazer de
volta os pecadores e nunca a exclusão para a sempre.
A conhecida Parábola
do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32) é um exemplo clássico para demonstrar como
funciona o coração amoroso de nosso Deus, sempre pronto a perdoar, a restaurar
e a trazer Seu filho de volta à benção da família.
Guardar os
mandamentos é para filhos, não para perdidos.
Guardar mandamentos
não tem nada a ver com a salvação da alma, quem deve guardar as Mitzvot são os
salvos em Jesus Cristo.
Quem
tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama
será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele. (João 14:21
NVI).
Guardar os
mandamentos é obedecer a Torah, que não é um “jugo pesado”, como muitos dizem, mas
sim um jugo suave.
A nossa fé em Yeshua
HaMashiach nos leva a viver uma eternidade nos Céus, guardar os mandamentos nos
leva a viver uma vida grandemente abençoada hoje, aqui na terra, conforme as
promessas de Deus registradas na Torah.
Muitos estão
buscando as “bênçãos” e não sabem que elas estão disponíveis aos filhos, apenas
precisam descobrir o segredo para obtê-las e vivê-las. Este segredo é a
OBEDIÊNCIA.
“Se
vocês obedecerem fielmente ao SENHOR, o seu Deus, e seguirem cuidadosamente
todos os seus mandamentos que hoje lhes dou, o SENHOR, o seu Deus, os colocará
muito acima de todas as nações da terra. Todas estas bênçãos virão sobre vocês
e os acompanharão, se vocês obedecerem ao SENHOR, o seu Deus.(Deuteronômio
28:1-2 NVI).
A Palavra de Deus,
do início (Bereshit) ao fim (Revelação), exorta-nos a guardarmos os mandamentos
de Deus, não de uma forma legalista ou por obrigação, mas com alegria e amor.
E este é o amor: que
andemos em obediência aos seus mandamentos. Como vocês já têm ouvido desde o
princípio, o mandamento é este:
Que vocês andem em
amor. (2 João 6).
Haftará: Jeremias 16:19 – 17:14
Senhor,
minha força e minha fortaleza, meu abrigo seguro na hora da adversidade, a ti
virão às nações desde os confins da terra e dirão: “Nossos antepassados
possuíam deuses falsos, ídolos inúteis, que não lhes fizeram bem algum.
Pode
o homem mortal fazer os seus próprios deuses? Sim, mas estes não seriam
deuses!”
“Portanto
eu lhes ensinarei; desta vez eu lhes ensinarei sobre o meu poder e sobre a
minha força.
Então
saberão que o meu nome é SENHOR”. (Jeremias 16:19-21 – NVI).
“Eu
sou o SENHOR que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um
de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras.
(Jeremias
17:10 – NVI).
Cura-me,
SENHOR, e serei curado; salva-me, e serei salvo, pois tu és aquele a quem eu
louvo. (Jeremias 17:14 – NVI).
Que passagens
bíblicas maravilhosas! Explicam-se por si mesmas.
Mostram a
inutilidade dos deuses feitos pelas mãos dos homens e o grande desejo de nosso
Deus Único de manifestar-se e mostrar o seu grande poder.
A palavra também nos
mostra que Deus “tudo vê”, nada fica encoberto que não seja revelado e, mais
ainda, irá recompensar os homens, segundo as suas obras.
A oração que está no
versículo quatorze, de Jeremias dezessete, deve ser nossa oração diária.
Precisamos começar o
dia na presença de Adonay, quando nos apresentamos em nossa devocional pedindo
a Ele condições de vencermos todo o tipo de tentação e problemas que virão no
decorrer do dia.
Devemos passar o
nosso dia em comunhão constante, vigiando sem cessar, pois o inimigo de nossas
almas não desiste.
Também é muito
importante que, no final do dia, façamos um balanço para podermos dormir uma
noite em paz, debaixo do perdão e das bênçãos do nosso Deus.
Brit Hadashá: 2ª Coríntios 6:14-18
Não
se coloquem no mesmo jugo com os incrédulos. Como a justiça e a ilegalidade
podem ser sócias? Que comunhão há entre a luz e as trevas? Que harmonia pode
existir entre o Messias e B’liya’al? O que há em comum entre o crente e o
incrédulo? Que acordo pode haver entre o templo de Deus e os ídolos? Porque
somos o templo do Deus vivo – como Deus disse:
“Habitarei
neles [...] e andarei entre vocês. Serei seu Deus, e vocês serão meu povo”. Por
isso, ADONAI diz:
“Saiam
do meio deles; separem-se, nem mesmo toquem no que é impuro.
Então
eu mesmo os receberei. Na verdade, serei seu Pai,
e
vocês serão meus filhos e minhas filhas”, diz ADONAI´TZVA’OT.
(2ª
Coríntios 6:14-18 - Bíblia Judaica Completa).
A Nova Aliança nos
exorta a vivermos uma vida de separação total para o nosso Deus, somos um povo
exclusivo, governados pelo Rei do Universo e Templo do Espírito Santo. Mais que
os nossos pais, somos obrigados a viver uma vida santa.
Temos a Escritura
Sagrada completa em nossas mãos e ainda gravada em nossos corações. Somos
conhecedores dos “tempos”, requer-se que o homem de Deus seja um “fiel
despenseiro” (I Cor 4:1-2).
Guardar os
mandamentos de Jesus Cristo é viver uma vida de amor sem farisaísmo hipócrita.
Separar-se do mundo
não é ser ermitão ou uma pessoa isolada, e sim um embaixador de Cristo que vive
no mundo, mas não pertence ao mundo.
A consciência de
sermos Templo do Deus Vivo é muito séria, a responsabilidade é esmagadora,
precisamos da ajuda diária do Espírito Santo de Deus.
Ser “templo” é ser
filho e filha do nosso Pai querido, ADONAY.
Nossa oração sincera
é que Ruach HaKodesh capacite a cada um dos leitores a viver esta vida que
agrade e glorifique o nosso Deus em tudo.
Um sincero,
SHABAT
SHALOM
Francisco Nicolau,
apóstolo.
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