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Um grande abraço,

Francisco Nicolau, apóstolo

sábado, 12 de maio de 2012

Porção Semanal 12/05/12


PORÇÃO SEMANAL PARA O DIA DO DESCANSO

IYAR 20  =  5772 12 MAIO de  2012
                                                                           
 “B’HAR” – “NO MONTE”
                                                                               
LEITURAS PARA O SHABAT

Torah: Levítico: 25:1 – 26:2         
                   
Haftará: Jeremias 32:6-27

Brit Hadashá: Lucas 4:16-21
  
Torah: Levítico: 25:1 – 26:2

Então disse o SENHOR a Moisés no monte Sinai: “Diga o seguinte aos israelitas: Quando vocês entrarem na terra que lhes dou, a própria terra guardará um sábado para o SENHOR. Durante seis anos semeiem as suas lavouras, aparem as suas vinhas e façam a colheita de suas plantações. Mas no sétimo ano a terra terá um sábado de descanso, um sábado dedicado ao SENHOR. Não semeiem as suas lavouras, nem aparem as suas vinhas. Não colham o que crescer por si, nem colham as uvas de suas vinhas, que não serão podadas. A terra terá um ano de descanso, você, o seu escravo, a sua escrava, o trabalhador contratado e o residente temporário que vive entre vocês, bem como os seus rebanhos e os animais selvagens de sua terra. Tudo o que a terra produzir poderá ser comido. (Levítico 25:1-7 NVI).

A Porção dessa semana começa com o mandamento de Shemitá: não trabalhar a terra ou colher seu produto no sétimo ano.
O Eterno Deus também abençoará a terra para que esta produza o suficiente para a necessidade de seus filhos.
Quando completar o sétimo ano sabático é ano de Jubileu.
Shemitá (Sábado da terra).
Pode soar estranho aos ouvidos dos povos ocidentais sobre o sábado da terra.
Se já é difícil para muitos entenderem o Shabat, que dizer então do descanso da terra.
O que ocorre é o seguinte, nosso amoroso Pai tem a sua criação em perfeita harmonia no planeta.
Há um cuidado divino a todo ser vivo, sejam os homens, animais, vegetais, enfim, toda a criação.
Como “coroa da criação”, o homem tem o privilégio de usufruir as dádivas do planeta para a sua manutenção e satisfação.
No tocante ao sacrifício de animais, há determinações de como fazê-lo.
Também no tocante as colheitas idem.
Na realidade o que Deus quer é evitar toda a forma de exploração, abuso, desperdício e a conquista da riqueza pela especulação.
Dizem os cientistas que o planeta tem condições de suportar e alimentar toda a população mundial sem escassez, o que está trazendo problemas são as destruições provocadas pelo homem.
Não faltariam alimento e água se o homem fosse responsável, a natureza foi criada e programada para suprir toda a necessidade da humanidade.
Outra grande preocupação que o Eterno Deus tem é para com os pobres.
Sempre vamos encontrar tanto na primeira como na segunda Aliança, palavras divinas exortando os homens a cuidarem dos pobres.

Não passem duas vezes pela vinha, nem apanhem as uvas que tiverem caído. Deixem-nas para o necessitado e para o estrangeiro. Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês.
(Levítico 19:10 – NVI).
  
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos. (Lucas 4:18 – NVI).

Somente pediram que nos lembrássemos dos pobres, o que me esforcei por fazer. (Gálatas 2:10 NVI).

A riqueza é bíblica desde que conquistada naturalmente sem explorar o pobre e também não violentar a natureza. Deus é que faz o seu filho prosperar.
O descanso da terra é tão importante aos olhos de Deus como o descanso semanal.
Se há punição pela quebra do shabat também pelo não respeitar o Shemitá, o descanso da terra.
O povo judeu foi duramente disciplinado pela quebra deste mandamento.
No Comentário Bíblico Broadman – volume 2 (Levítico – Rute), o autor diz o seguinte:

A lei do ano sabático começa com o reconhecimento da santidade especial de cada sétimo ano, que remonta aos dias mais precoces da povoação israelita de Canaã e a que faz referências no Livro da Aliança (Êx. 23:10-11). Nesse regulamento primitivo, os campos cultivados haviam de ser deixados em Descanso todo sétimo ano. O motivo dado para assim se proceder é o de prover alimento para os pobres de Israel. Por detrás disso, jaz, sem dúvida, o conceito mais antigo de que, visto que a terra realmente pertence a Deus, havia de ser deixada incultivada no sétimo ano, como sinal dessa propriedade divina. O sétimo ano era para Deus, e o deixar a terra em descanso era uma maneira de restituí-la ao seu verdadeiro proprietário.
Relacionado com isso, havia o desejo prático de permitir que o que crescia no sétimo ano fosse colhido pelos pobres, que não tinham nenhuma terra própria deles. Por conseguinte, usufruiriam de algum benefício da terra que Deus tinha dado a seu povo. (pg. 87).

O princípio é o da liberalidade, o equilíbrio em tudo o que fazemos.
Se não há hoje em dia este hábito no tocante a terra deve existir no coração do homem de Deus a disposição mental para o trabalho em sintonia com o divino.
Há pessoas que trabalham demais, não porque precisam, mas, por avareza, por falta de fé, buscam desesperadamente “garantir” o futuro, muitas vezes pagando um preço bem alto pelo abandono da família e a perda da saúde.
Hoje não se descansa e nem se permite alguém descansar. Vivemos a tirania do “urgente”, sempre correndo e quanto mais corremos menos tempo nos sobra.
A nossa era é a da tecnologia, desde os objetos mais simples de uma cozinha aos mais sofisticados equipamentos robóticos, tudo é prático, funcional, mas, não existe tempo de sobra.
Como podemos falar em “tempo com Deus”, isso é quase que uma utopia nos dias de hoje.
Temos aprendido com os mestres da espiritualidade que precisamos dedicar tempo de comunhão com Deus praticando as disciplinas clássicas como: meditação, contemplação, solitude, etc. Nossa natureza não permite, pois parece “tempo ocioso”.
Hoje nos alimentamos com o prato e a xícara na mão, não conseguimos muitas vezes parar nem para comer. Sentar com a família à mesa parece “luxo”, na realidade a humanidade está correndo “atrás do vento”.
Como entender um mandamento que ordena que o homem dê descanso a terra se este nem dá descanso a seu corpo?
Como pensar em sábado da terra se não é obedecido o sábado semanal para o homem?
Trabalhamos e não temos o dinheiro, comemos e não matamos a fome, bebemos e ainda estamos com sede, na realidade, a humanidade dos dias atuais está vivendo o que relata Ageu no seu primeiro capítulo.
A igreja está fraca, sem espiritualidade e sem poder por falta de tempo com Deus.
Será preciso nadar contra a maré dos dias atuais, será preciso coragem para se mudar o modus vivendi atual.
Discute-se muito se o sábado é somente para os judeus ou para todos os homens, diante do que lemos nas Escrituras Sagradas, o princípio do descanso é para toda a humanidade e não somente aos judeus.
A Palavra de Deus diz que há um tempo determinado para cada coisa (Ecls. 3:1-8), tempo para trabalhar, tempo para descansar, tempo para dar trabalho e tempo para dar descanso.
Quebrar esse principio divino afetará toda a criação desde o homem até a menor criatura do planeta.

Haftará: Jeremias 32:6-27


E Jeremias disse: “O SENHOR dirigiu-me a palavra nos seguintes termos: Hanameel, filho de seu tio Salum, virá ao seu encontro e dirá: “Compre a propriedade que tenho em Anatote, porque, sendo o parente mais próximo, você tem o direito e o dever de comprá-la”....

Então compreendi que essa era a palavra do SENHOR. Assim comprei do meu primo Hanameel a propriedade que ele possuía em anatote. Pesei a prata e lhe paguei dezessete peças de prata....

Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: ‘Casas, campos e vinhas tornarão a ser comprados nesta terra’. (Jeremias 32:6, 8b, 15 – NVI).

Esta passagem da Escritura é muito especial, pois, apresenta o direito de resgatar a terra no jubileu como também encontramos aqui uma profecia da volta dos judeus a terra depois de se cumprirem o exílio de setenta anos.
Os babilônios vão tomar a terra, mas, o Eterno promete a seu profeta que um dia eles voltariam a comprar e vender terras.


Ainda assim, ó Soberano SENHOR, tu me mandaste comprar a propriedade e convocar testemunhas do negócio, embora a cidade esteja entregue nas mãos dos babilônios!
(Jeremias 32:25 – NVI).

Na economia divina tudo funciona com base na legalidade.
Abraão comprou o Campo de Macpela, Davi comprou a Eira de Araúna, Jeremias comprou o campo de Anatote.
O castigo pelo pecado é certo (setenta anos), mas, a garantia da restauração também, assim trabalha o nosso Deus.
O jubileu é uma garantia para que o escravo um dia fosse livre, a terra voltasse aos seus primeiros donos, ou seja, liberdade de cativeiro. (Isaías 61).
Este sentimento de justiça e dependência deve nortear o homem de Deus.
Nada é nosso, tudo é nosso, não temos nada, no entanto, somos ricos.
Quanto mais eu liberto um cativo mais livre serei.

Brit Hadashá: Lucas 4:16-21

Ele foi a Nazaré, onde havia sido criado, e no dia de sábado entrou na sinagoga, como era seu costume. E levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor”.
Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir”. (Lucas 4:16-21 – NVI).

Jesus Cristo é o próprio sábado (descanso), Ele é o Jubileu (liberdade, ano aceitável).
A passagem acima foi sugerida para completar a Parashá dessa semana como uma conclusão contundente do ministério de Yeshua HaMaschiach.
Não dá para pensar em missão ou igreja sem pensarmos nos escritos acima.

Ø  Ungido para pregar o Evangelho (Boas Novas).
Ø  Proclamar liberdade aos presos (libertação).
Ø  Recuperar a vista aos cegos (sinais e maravilhas).
Ø  Libertar os oprimidos (cura da alma).
Ø  Anunciar o ano aceitável ao Senhor (Reino Messiânico).


Ser discípulo é seguir os passos do Mestre, fazer e ensinar o que ele mandou.
Igreja realmente relevante vive “estas marcas” acima apresentadas.
Não mais a partir do Monte Sinai, mas, do Monte Santo, o Eterno está nos convidando para um novo tipo de vida nesses chamados “tempos do fim”.
Qual a sua resposta?
A minha continua sendo: EIS-ME AQUI MEU SENHOR!


SHABAT SHALOM
Francisco Nicolau, apóstolo

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