PORÇÃO
SEMANAL PARA O DIA DO DESCANSO
ADAR
16 = 5772
10 MARÇO DE 2012
LEITURAS PARA
O SHABAT
Torah: Êxodo 30:11 – 34:35
Haftará: I
Reis 18:1-39
Brit Hadashá: I Coríntios 8:4-13
Torah: Êxodo 30:11 – 34:35
Então
Yahweh falou mais a Moisés e lhes ordenou: “Quando fizeres o recenseamento dos
filhos de Israel, cada um pagará a Yahweh um resgate por sua pessoa, para que
não haja entre eles nenhuma praga, quando o recenseares. (Shemot “Êxodo)
38:11-12 – Torá KJ).
Esta porção semanal
tem como pensamento central a idéia de RESGATE.
A palavra K’tissá tem
a ver com entrega de oferta ao Eterno Deus, no sentido de resgate de alma.
Moisés recebe ordens
do Eterno para fazer o recenseamento, pelo qual seriam arrecadadas as ofertas
para a construção do Mishkan (Tabernáculo).
Esta é mais uma
Parashá que nos mostra o estreito relacionamento entre oferta e culto.
O Pai Celestial usa
todas as circunstâncias e detalhes para nos ensinar os Seus Caminhos e,
principalmente, a maneira correta de nos relacionarmos com Ele.
Entretanto, vamos
notar que no decorrer da leitura sugerida, novamente aparece o Shabat.
E
falou ainda o SENHOR a Moisés: “Fala aos filhos de Israel e orienta-os:
observareis de verdade os meus sábados, porque são um sinal entre mim e vós, em
vossas gerações, a fim de que saibais que EU Sou Yahweh, o SENHOR, que vos
santifica. Guardareis, pois, o sábado, porquanto é um dia santo para vós. Quem
o profanar deverá ser castigado com a morte. Todo o que realizar nesse dia
algum trabalho será exterminado do meio de seu povo. (Shemot (Êxodo 31:12-14
TORÁ - Bíblia versão King James).
O Eterno Deus está
dando orientações sobre o Tabernáculo e, de repente, aparece uma interrupção
para falar novamente sobre o Shabat.
Qual seria o motivo,
de fato?
Para alguns
comentaristas, a impressão é que Deus não queria que a importância da
construção do Tabernáculo fizesse o povo se esquecer do Shabat.
Um mandamento não
anula o outro, completa-o.
Realizar a construção
do Tabernáculo era realmente muito importante, pois seria o lugar determinado
onde haveria o encontro de Deus com seu povo.
“Como Deus ordenou a construção do
Tabernáculo, o qual demonstraria dedicação a Ele e à presença de Seu Espírito
Divino na nação, era possível que as pessoas pensassem que aquela obra (a
construção do Tabernáculo) fosse mais importante que todas as obras
(mandamentos) da Torá, e talvez os filhos de Israel viessem a pensar que o
trabalho do Tabernáculo adiasse a observância do Shabat, pois uma ação
testemunharia mais sobre a fé do que uma cessação (do trabalho de construção),
pois a atividade é realidade e a inatividade sua ausência...”
Don
Isaac Abravanel, em seu comentário à Torá
Obedecer é melhor que
sacrificar (I Sm 15:22).
Temos falado muito a
respeito desta verdade quando ministramos a respeito do Tribunal de Cristo.
Nossas obras serão
julgadas, não pela intensidade ou ativismo humano, mas por serem fruto da
obediência a Yeshua HaMashiach, nosso Jesus Cristo.
A ordem divina é clara:
“Construam o Tabernáculo, mas não
negligenciem o Shabat.”
Após as orientações
dadas por Deus a Moisés, Ele lhe entrega a Torá.
E
aconteceu que quando o SENHOR terminou de orientar Moisés, no alto do monte
Sinai, entregou-lhe as duas Tábuas do Testemunho e da Aliança, duas placas de
pedra com seus mandamentos escritos pelo dedo de Deus. (Êxodo 31:18 Torá KJ).
Foi um momento
sublime para toda a humanidade, embora fosse o povo judeu que estivesse
recebendo.
Era o Divino
encontrando o homem pecador e perdido, a entrega da Própria Palavra de Deus, a
Torá (instrução, ensino), que marcaria para sempre a história do povo judeu e
de toda a humanidade; a Lei, os mandamentos, os preceitos divinos; a orientação
para uma vida santa, saudável e feliz. Porém, o homem novamente pecou.
O povo (misturado)
pediu “deuses” para si e, desgraçadamente, foi construído um bezerro de ouro,
símbolo de abominação contra o bondoso e Eterno Deus, nosso Pai.
Toda mistura é
perigosa, um pouco de fermento leveda toda a massa.
Somos responsáveis
pelos relacionamentos que temos. Quantas vezes constatamos que vidas preciosas
se afastam do caminho de Deus por causa de amizades nocivas?
Temos orientado os
moços e as moças para não se unirem a pessoas que não são da mesma fé, pelo
fato de que, mais cedo ou mais tarde, aqueles que não conhecem o nosso Deus
estarão “procurando” “deuses” para si mesmos.
Quando Israel saiu do
Egito, uma turma (gentalha) aproveitou a oportunidade e saiu junto, não por fé,
e sim por oportunismo, e se transformou em espinho nas ilhargas do povo de
Deus.
Grande multidão de estrangeiros de todo o tipo também seguiu com
eles, além de grandes rebanhos, tanto de bois como de ovelhas e cabras. (Êxodo
12:38 Torá KJ).
Moisés, ao descer do
monte, vendo aquela desgraça, quebrou as Tábuas e destruiu o bezerro de ouro.
É preciso voltar
novamente ao monte (à Presença) de Deus e clamar por misericórdia para o povo,
receber de Deus novas Tábuas e depois concluir a obra do Mishkan (Tabernáculo).
Não se pode levar uma
obra de Deus adiante com pecados não confessados.
Muitas vezes temos
visto pessoas apelarem para um sentimentalismo não bíblico de que Deus é bom e
perdoa sempre, portanto trabalham e deixam seus pecados ocultos.
Realmente Deus é bom
e perdoa sempre, desde que confessemos nossos pecados e nos afastemos deles.
O Rei David, em seu
famoso Salmo 32, versos de 1 a 5, diz:
Bem-aventurado
aquele cuja transgressão é perdoada e seu pecado é relevado. Bem-aventurado o
homem que o Eterno não considera iníquo e em cujo espírito não há falsidade.
Enquanto calei, meus ossos se definhavam e meus gemidos ecoavam todo o tempo.
Pois dia e noite pesava Tua mão sobre mim e desvanecia minha força. Então, meus
pecados a Ti confessei e minha iniqüidade não encobri; eu disse: Confessarei
minhas transgressões para o Eterno”, e Tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado.
(Salmos
– Ed. Sêfer).
Haftará: I Reis 18:1-39
Então
Elias se achegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada
lhe respondeu. (1º Reis 18:21 – Edição Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto
Original).
A passagem sugerida para esta conclusão é bem conhecida:
Elias e os profetas de Baal.
Não há muita coisa nova a se destacar, apenas que o povo é o
mesmo, sempre agindo em rebeldia contra o nosso Deus.
Quando o Eterno Deus entregou ao Seu povo a Torá, fez muitas promessas
e cumpriu todas elas, mas também condicionou as bênçãos à obediência.
Na passagem acima, encontramos o povo em extrema escassez de
víveres e água, por causa do pecado da rebelião.
Deus sempre levanta, nessas ocasiões, profetas que falarão de
Sua parte para trazer o povo ao arrependimento.
Mesmo em nossos dias, tudo funciona da mesma maneira, encontramos
a natureza “gemendo” (Rm 8) por causa da desobediência dos filhos de Deus.
Tantos desastres na natureza têm ceifado vidas, e muito
perguntam: Porque essas coisas acontecem? A resposta é óbvia, o pecado do
homem.
Não queremos dizer que as pessoas que lamentavelmente tem
sofrido e outras que morreram nesses trágicos acontecimentos dos últimos meses
estavam em pecado. Não são elas, somos todos nós!
O homem tem virado as costas para Deus e se inflamado em
tantos pecados imundos, agindo como se nada fosse acontecer, como se Deus não existisse.
Assim foi também nos dias de Elias.
A Palavra que veio do Eterno foi: ESCOLHA!!!
Plantamos o que queremos, mas teremos que colher o que
plantamos; esta é a “Lei da Semeadura e Colheita”, o que o homem plantar, ele
colherá.
No confronto entre Elias e os profetas de Baal, nosso Deus
mais uma vez foi exaltado, como deve ser sempre, pelos seus filhos.
O que vendo todo o povo caiu sobre seus rostos, e
disseram: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus! (1º Reis 18:39 – Edição
Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original).
Aleluia,
Glória a Deus!
São
tantas rebeliões, tantos pecados e desobediência, mas o amor de Deus é maior
que tudo, e está sempre pronto a perdoar o pecador arrependido.
Brit Hadashá: I Coríntios 8:4-13
Ora, a comida não nos faz agradáveis a Deus,
porque se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta.
Mas vede que essa liberdade não seja de
alguma maneira escândalo para os fracos.
Porque, se alguém te vir a ti, que tens
ciência, sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco
induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos?
E pela tua ciência perecerá o irmão fraco,
pelo qual Cristo morreu.
Ora, pecando assim contra os irmãos, e
ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo.
Por isso, se a comida escandalizar a meu
irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.
(1ª Coríntios 8:8-13 – Ed. Corr. e Rev. Fiel
ao Texto Original).
O contexto desta porção traz um breve resumo
da Lei do amor e o cuidado com o próximo que foi alcançado por Jesus Cristo.
Noutra passagem vamos encontrar ainda: “Tudo é lícito, mas nem tudo me convém”, (1ª
Cor 6:12), tratando do mesmo assunto de comida e liberdade cristã.
A nossa vida de comunhão cristã é de
relacionamento. Em Jesus Cristo, toda a Torá foi cumprida, no
tocante aos símbolos e as cerimônias, mas a essência da Torá permanece:
AMAR A
DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO. Esta é a Lei do amor.
Precisamos entender toda a Escritura Sagrada
para compreendermos (pelo menos em parte), o grande amor de Deus para com todos
os homens.
Ouso dizer ainda que os gentios foram
grandemente privilegiados.
O povo judeu teve e tem um caminho diferente,
e nos unimos hoje em Jesus Cristo.
Eles têm um passado, uma história com Deus e
nós, gentios, não tínhamos nada, estávamos sem Deus, sem alianças e perdidos
totalmente. Mas o Eterno Pai, com seu muito amor, com o qual nos amou, nos
levou para Si mesmo e nos uniu à Casa de Israel.
Um sentimento de gratidão pelo RESGATE
DE NOSSAS VIDAS deve nos acompanhar por toda a nossa existência.
A oferta que precisamos levar ao
“Tabernáculo” é a nossa própria consagração e dedicação incondicional ao Nosso
Senhor e Salvador, que com a sua morte nos comprou para Si mesmo.
Hoje mesmo, agora, neste momento, paremos
para refletir nesta Parashá.
Vamos fazer toda a leitura sugerida e colocar
nossas vidas em ordem.
Hoje, neste Shabat maravilhoso, vamos nos
reconsagrar e amanhã, no dia da ressurreição, quando formos ofertar,
lembremo-nos de que a oferta mais importante para Deus é a nossa própria vida.
Não somente nos sábados ou domingos, agora em
Cristo não há diferença de dia, todos os dias são do Senhor, o importante é o
nosso coração e a nossa consciência.
“Um faz
diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha
opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para
o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus”. (Rom
14:5-6).
Francisco
Nicolau, apóstolo
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