PORÇÃO SEMANAL PARA O DIA DO DESCANSO
NISAN 22
= 5772 14 ABRIL
2012
“SH’MINI” – “OITAVO”
LEITURAS PARA O SHABAT
Torah: Levítico: 9:1- 11:47
Haftará: 2º
Samuel 6:1 – 7:17
Brit Hadashá: Atos 10:9-22, 34, 35
Torah: Levítico: 9:1-
11:47
Oito
dias depois Moisés convocou Arão, seus filhos e as autoridades de Israel. E
disse a Arão: “Traga um bezerro para oferta pelo pecado e um carneiro para o
holocausto, ambos sem defeito, e apresente-os ao SENHOR. Depois diga aos
israelitas: Tragam um bode para a oferta pelo pecado; um bezerro e um cordeiro,
ambos de um ano de idade e sem defeito, para holocausto; e um boi e um carneiro
para oferta de comunhão, para os sacrifícios perante o SENHOR, juntamente com a
oferta de cereal amassada com óleo; pois hoje o SENHOR aparecerá a vocês”.
Levaram
então tudo o que Moisés tinha determinado para frente da Tenda do Encontro, e a
comunidade inteira aproximou-se e ficou em pé perante o SENHOR.
Disse-lhes
Moisés: “Foi isso que o SENHOR ordenou que façam, para que a glória do SENHOR
apareça a vocês”. (Levítico 9:1-6 – NVI).
Esta porção ainda trata das ofertas que
deveriam ser oferecidas ao Eterno Deus.
Ainda que “sombras das coisas futuras” (Col
2:17), mas de uma importância muito grande aos olhos de Deus.
Moisés convocou todos os israelitas, não
somente os líderes, mas, toda a congregação a ofertar e a maneira certa de
ofertar ao Eterno.
A Palavra de Deus dá muito destaque às
ofertas, pois, além do significado profético da “expiação” há ainda a maneira
como o coração do homem se comporta.
Ofertar envolve crer no ato e em sua
importância, também há um custo e um trabalho a ser realizado.
Através das ofertas sacrificiais seria
mantido um relacionamento entre o Criador e sua criatura, uma entrega recíproca
que seria o culto israelita ao Único Deus verdadeiro.
Na realidade o sacrifício em si mesmo não era
importante, e, sim a maneira que se ofertava.
Não te deleitas em sacrifícios nem te agradas em holocaustos, se
não eu os traria.
Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado;
um coração quebrantado e contrito, ó Deus não desprezarás. (Sl 51:16-17 – NVI).
O relato bíblico declara que quando o povo
obedeceu e levou à entrada da Tenda do Encontro, o SENHOR apareceu com a sua
glória.
Hoje estamos debaixo da nova Aliança, o
sacrifício maior foi realizado pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo, Jesus Cristo.
Os sacrifícios são hoje, nossas próprias
vidas consagradas em louvor e adoração.
Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos
continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que
confessam o seu nome. (Hebreus 13:15 – NVI).
A igreja perdeu bastante o sentido do louvor
e da adoração espiritual.
Ganhamos muito com as músicas novas e perdemos
ao abandonar nossos hinários.
Os hinos dos famosos hinários sempre traziam
mensagens de adoração e, principalmente, doutrinárias.
Com o novo “músicas novas”, ganhamos a
dinâmica das danças e a alegria de muitas letras bonitas, mas, perdemos em valores,
pois, muitas músicas que ouvimos do chamado “louvor gospel” são verdadeiras
aberrações teológicas.
O homem de maneira geral não aprendeu ainda
que o novo seja agregado e não precisa descartar o antigo.
Hoje grandes partes das músicas são para “distrair”
a congregação, criando um clima de “festa” que aparentemente é espiritual, mas
que no fundo não tem conteúdo e principalmente a consciência de adoração ao
Eterno.
Os hinos antigos como também os Salmos que
eram cantados na igreja primitiva quase sempre eram cantados na terceira pessoa
(nós), e os novos louvores quase sempre exaltam o “eu”, ex.: vou vencer, vou ganhar, já conquistei, quero
o que é meu, minha herança, vou andar sobre as águas, sou como Zaqueu, traz
para mim, meu direito eu quero, minha herança, etc.
Onde está a igreja nestas músicas? A
importância congregacional? simplesmente, não existe.
Ao fazermos um paralelo que os sacrifícios da
primeira Aliança e os louvores da Igreja, há um abismo muito grande entre o
objetivo real e a prática que fazemos.
Sacrifício tem a ver com adoração e adoração
tem a ver com encontro e intimidade com Deus.
Pelo fato de vivermos um novo tempo muitos
permanecem vivos, apesar das aberrações que produzem no chamado “louvor”.
Muito “fogo estranho” é produzido em nossos
arraiais nestes dias, graças a Deus que esses adoradores continuam vivos (pelo
menos fisicamente).
Nadabe
e Abiú, filhos de Arão, pegaram cada um o seu incensário, nos quais acenderam
fogo, acrescentaram incenso, e trouxeram fogo profano perante o SENHOR, sem que
tivessem sido autorizados. Então saiu fogo da presença do SENHOR e os consumiu.
Morreram perante o SENHOR.
Moisés
então disse a Arão: “Foi isso que o SENHOR disse: ‘Aos que de mim se aproximam
santo me mostrarei; à vista de todo o povo glorificado serei’”.
Arão,
porém, ficou em silêncio. (Levítico 10:1-3 – NVI).
Santidade é “conditio
sine qua non”, para nossas entregas de sacrifícios de louvor e
adoração.
Coloque tudo nas mãos de Arão e de seus
filhos, e apresente-os como oferta ritualmente movida perante o SENHOR. (Êxodo29:
24 – NVI).
Quero, pois, que os homens orem em todo o
lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem discussões. (I Tm 2:8 – NVI).
O oitavo dia fala do domingo, o dia em que
comemoramos a ressurreição do Senhor, estabelecido não como o Dia do Senhor que
é o Sábado, mas, o dia do culto ao Senhor ressurreto.
Este é o dia em que nos encontramos com a maioria
dos nossos irmãos.
Ainda que nos reunamos em grupos familiares
em dias da semana, mas, no domingo, oitavo dia, nos reunimos como a congregação
maior.
Este é dia de entregarmos o melhor de nossas
vidas, ofertas e louvores espirituais Àquele que é digno de louvor e adoração.
Paulo nos orienta:
Então
que farei? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;
cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. (I Coríntios
14:15 – NVI).
Falando
em si com salmos e hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração
ao Senhor. (Efésios 5:19 – NVI).
Habite
ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem uns aos outros com
toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a
Deus em seu coração. (Colossences 3:16 – NVI).
Vamos refletir nessa palavra acima e se, Deus
nos “mostrar” que nossas ofertas de louvor e adoração não estão atingindo “Seu
coração”, é hora de pararmos e mudarmos.
Haftará: 2º Samuel 6:1 – 7:17
De
novo Davi reuniu os melhores guerreiros de Israel, trinta mil ao todo. Ele e
todos os que o acompanhavam partiram para Baalá, em Judá, para buscar a arca de
Deus, arca sobre a qual é invocado o Nome, o nome do SENHOR soa exércitos, que
tem o seu trono entre os querubins acima dela.
Davi
e todos os israelitas iam cantando e dançando perante o SENHOR, ao som de todo
o tipo de instrumentos de pinho: harpas, liras, tamborins, chocalhos e
címbalos.
Quando
chegaram à eira de Nacom, Uzá esticou o braço e segurou a arca de Deus, porque
os bois haviam tropeçado. A ira do SENHOR acendeu-se contra Uzá por seu ato de
irreverência. Por isso deus o feriu, e ele morreu ali mesmo, ao lado da arca de
Deus.
(2
Samuel 6:1-2, 5-7- NVI).
O texto fala por si mesmo.
Davi vai buscar da arca de Deus, decisão
correta. Seguem juntos trinta mil guerreiros e as demais pessoas seguiram num
cortejo magnífico, adorando a Deus e foram buscar a arca santa.
A Bíblia diz que Davi e o povo iam cantando e
dançando perante o SENHOR, mas, de repente...um problema.
IRREVERÊNCIA, estavam fazendo a “coisa certa”
da maneira errada.
A passagem acima liquida de vez com qualquer
argumento tal como: é para o Senhor que estou fazendo...
O simples fato de ser um culto ao nosso Deus
significa que ele aceitará.
“Fogo Estranho” e “Irreverência” dão vistos
em muitos de nossos cultos que mais parecem uma festa da carne, onde a
sensualidade prevalece e a gritaria descontrolada, oferecidas como “ofertas ao
Senhor”.
Depois que Davi buscou ao SENHOR ele viu seu
erro, se preparou e conduziu a arca como deveria ser conduzida.
Precisamos conduzir a Arca como deve ser
conduzida em nossas vidas.
Brit Hadashá: Atos 10:9-22, 34,
35
No
dia seguinte, por volta do meio-dia, enquanto eles viajavam e se aproximavam da
cidade, Pedro subiu ao terraço para orar. Tendo fome, queria comer, enquanto a
refeição estava sendo preparada, caiu em êxtase. Viu o céu aberto e algo
semelhante a um grande lençol que descia à terra, preso pelas quatro pontas,
contendo toda a espécie de quadrúpedes, bem como répteis da terra e aves do
céu. Então uma voz lhe disse: Levante-se, Pedro; mate e coma. (Atos 10:9-13 –
NVI).
A passagem fala do contexto da conversão de Cornélio
e a maneira tão especial como o nosso Deus desenvolveu seu plano.
Quero me deter um pouco na experiência de Pedro.
Enquanto aguardava a refeição, Pedro subiu ao
terraço para orar.
Numa pequena fração de segundos, talvez
poucos minutos, teve um experiência extraordinária com Deus.
Sem entrarmos em todos os aspectos tão ricos
deste fato, quero pensar “no momento” em que Pedro viveu.
Deus falou com ele de uma maneira não comum,
usando símbolos contrários a toda formação religiosa de Pedro, para lhe passar
uma orientação importantíssima.
Pedro estava preparado, estava orando,
aproveitando aquele breve momento enquanto a refeição estava sendo preparada.
Um pequeno momento e grandes coisas
aconteceram porque aquele homem estava com o coração no lugar certo.
Que oração que ele estava fazendo? Creio que
de adoração.
Hospedado e bem instalado e em perfeita paz,
talvez estivesse louvando a Deus pelo grande milagre da ressurreição, ou sobre
a bondade de Deus para com todos os judeus.
Não esperou o Shabat ou o primeiro dia da
semana para cultuar e orar, àquele momento era propício, todos os momentos o
são.
Deus procura homens assim, de todos os
momentos e não apenas homens “santos nos dias de cultos”.
Homens que consideram todos os lugares santos
e não somente o templo de sua igreja.
Adoradores de todos os momentos, que O adorem
em Espírito e em Verdade. (João 4:24).
Ele não estava à mesa aguardando a refeição e
contando piadas, aguardava em oração e aproveitava aquele momento para adorar o
Criador, Seu Senhor.
Onde estão estes homens? Onde estão estes
tempos de espiritualidade?
Precisamos humildemente olhar no espelho e dizer
à imagem que vemos:
Você é este homem, faça de seu tempo um tempo
de espiritualidade.
Tudo é uma questão de decisão.
Tudo é uma questão de começar.
Tudo depende de você, o Eterno aguarda a sua
decisão e atitude!
Precisamos fazer a diferença, mesmo que
ninguém veja e não sejamos reconhecidos pela mídia evangélica, ainda que não
recebamos os aplausos do povo, com certeza teremos a aprovação d’Aquele que
tudo vê.
Vamos começar uma nova caminhada nestes
tempos chamados de “tempos do fim”.
Que o maravilhoso Espírito Santo de Deus nos
ajude!
Com um sincero,
SHABAT
SHALOM!
Francisco
Nicolau, apóstolo.