Torah: Levítico 26:3 – 27:34
Haftará: Jeremias 16:19 – 17:14
Brit Hadashá: 2ª Coríntios 6:14-18
Torah: Levítico 26:3 – 27:34
Se viverem de acordo com meus mandamentos, observarem e obedecerem às minhas mitzvot, darei a vocês a chuva necessária na estação, a terra dará seu produto, e as árvores no campo frutificarão. Sua debulha se estenderá até a colheita da uva, e a colheita da uva se estenderá até o tempo da semeadura. Comerão quanto quiserem e viverão com segurança em sua terra. Darei shalom à terra – vocês se deitarão para dormir sem medo de ninguém. Livrarei a terra de animais selvagens. A espada não passará por sua terra. Perseguirão seus inimigos, e eles cairão diante de sua espada. Cinco de vocês perseguirão uma centena, e uma centena perseguirá 10 mil – seus inimigos cairão diante de sua espada. (Levítico 26:3-8 – Bíblia Judaica Completa).
No entanto, se não me ouvirem e não obedecerem a todas essas mitzvot, se vocês abominarem meus regulamentos e rejeitarem minhas regras, a fim de não obedecerem a todas as minhas mitzvot, e cancelarem minha aliança, eu, de minha parte, farei isso a vocês: trarei terror a vocês – doença devastadora, febre crônica para turvar a visão de vocês e exaurirei sua força. Semearão sem sucesso, pois seus inimigos comerão as espigas. Virarei meu rosto contra vocês – seus inimigos os derrotarão, quem odiar vocês haverá de persegui-los, e vocês fugirão mesmo quando ninguém os estiver perseguindo. (Levítico 26:14-17 – idem).
Esta é a última Parashá do livro de Vayicrá (Levítico).
O assunto marcante é o futuro de Israel, o que vai acontecer ao povo com relação à sua obediência ou não aos mandamentos da Torah.
Receberão as chuvas nas estações próprias, a terra será abençoada dando seus frutos e viverão em paz na sua terra, sem temor do mal.
Após descrever as bênçãos provenientes da obediência aos mandamentos divinos, este texto apresenta as consequências terríveis se estes forem desobedecidos.
Bechukotai significa “meus estatutos”, “minhas leis”, “meus regulamentos”.
Moisés apresenta ao povo de Israel promessas maravilhosas, que poderiam ser conferidas no dia-a-dia dos israelitas.
É muito importante entendermos esta porção semanal, pois é muito significativa para cada um de nós, em nossos dias.
Essas promessas se referem ao presente, e não ao porvir. Fala do hoje, do agora, e não da eternidade.
Temos sido doutrinados com a teologia do “céu”, do futuro e das bênçãos espirituais; elas são reais, mais que importantes, são vitais para a nossa fé.
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. (Efésios 1:3 – NVI).
Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus... (Mateus 5:12 – NVI).
As promessas referentes à vida do fiel na eternidade são muitas e verdadeiras, mas Deus tem bênçãos para seu povo nos dias atuais.
O texto acima fala das condições para receber e viver essas bênçãos.
Moisés, servo obediente de Deus, podia colocar à prova a Torah, a própria Palavra de Deus, pois falava como profeta e sua fala teria que ser confirmada.
No decorrer dos séculos, a Palavra de Deus (Torah) tem sido confirmada na vida do povo judeu.
Da mesma forma, as nações gentílicas têm sido provadas no “crivo” da palavra de Deus em relação à sua conduta moral e espiritual.
Todos os que pecaram fora da estrutura da Torah morrerão fora da estrutura da Torah, e todos os que pecaram sob a estrutura da Torah serão julgados pela Torah. (Romanos 2:12 – Bíblia Judaica Completa).
Pois todas as vezes que os gentios, que não tem a Torah, fazem naturalmente o que a Torah requer, esses, apesar de não terem a Torah, são a Torah de si mesmos! Por meio de sua vida, demonstram que a conduta ditada pela Torah está escrita em seu coração. Sua consciência também dá testemunho disso, porque seus pensamentos conflitantes às vezes os acusam e outras vezes os defendem até o dia em que Deus julgará os segredos mais íntimos das pessoas. (De acordo com as boas-novas que eu anuncio: ele o fará mediante o Messias, Yeshua.) (Romanos 2:14-16 – idem).
Os acontecimentos históricos têm mostrado os julgamentos que o Eterno Deus tem feito às nações que quebraram a conduta moral e caíram na imoralidade, com um comportamento contrário às verdades da Palavra de Deus.
Não estamos falando de salvação pessoal, que ocorre através de arrependimento sincero, da entrega de vida a Jesus Cristo e da prática da Torah na vida diária, mas sim dos princípios eternos da Torah, que estão gravados nos corações dos homens e que será “a pedra de toque” quando forem julgados pelo Criador.
A Bíblia registra a destruição de grandes nações que se tornaram ímpias e cometeram abominações diante do Eterno Deus, como por exemplo, as nações pré-diluvianas, os povos da torre de Babel, Sodoma e Gomorra, Nínive e tantas outras.
A história também nos traz relatos trágicos das destruições de Roma e de outras nações que, por impiedade, desceram ao degrau mais baixo da iniquidade.
Falando do povo de Deus, porém, há uma diferença muito grande em relação às outras nações.
Se apesar disso tudo vocês ainda não me ouvirem, mas continuarem a opor-se a mim, então com furor me oporei a vocês, e eu mesmo os castigarei sete vezes mais por causa de seus pecados. (Levítico 26:27-28 – NVI).
Espalharei vocês entre as nações e empunharei a espada contra vocês. Sua terra ficará desolada, e as suas cidades, em ruínas. Então a terra desfrutará os seus anos sabáticos enquanto estiver desolada e enquanto vocês estiverem na terra dos seus inimigos; e a terra descansará e desfrutará os seus sábados. (Levítico 26:33-34 – NVI).
Lembra-te agora do que disseste a Moisés, teu servo: “Se vocês forem infiéis, eu os espalharei entre as nações, mas, se voltarem para mim, obedecerem aos meus mandamentos e os puserem em prática, mesmo que vocês estejam espalhados pelos lugares mais distantes debaixo do céu, de lá eu os reunirei e os trarei para o lugar que escolhi para estabelecer o meu nome”. (Neemias 1:8-9 – NVI). HalleluYah!
Existe uma diferença muito grande entre Israel e as outras nações:
AS ALIANÇAS.
E esta é a minha aliança com eles quando eu remover os seus pecados.
Quanto ao evangelho, eles são inimigos por causa de vocês; mas quanto à eleição, são amados por causa dos patriarcas, pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis. (Romanos 11:27-29 – NVI).
Muitas nações foram destruídas, das quais não há mais vestígios, apenas alguns registros históricos. O mesmo não ocorre com a nação de Israel.
A Bíblia relata detalhadamente as consequências da desobediência do povo judeu quando foram levados ao exílio, mas também registra o retorno do povo à terra.
No início da porção, vimos a palavra que exorta a obedecer e também as consequências da desobediência; tudo tem se cumprido literalmente na vida do povo judeu, o povo do livro.
Há ainda uma palavra maravilhosa e muito significativa nesta Parashá, que se encontra no livro de Vayicrá, capítulo vinte e seis, versículo trinta e dois:
Desolarei a terra, para que seus inimigos que vivem nela fiquem estarrecidos com isso.
Eretz Israel pertence ao povo judeu, unicamente. Seus inimigos nunca encontraram bênçãos e riquezas quando dominaram a terra Santa.
O Eterno Deus sempre fez questão de “desolar” a terra apropriada indevidamente, para que somente com a presença dos donos da terra ela pudesse receber suas chuvas e dar seus frutos em ocasião própria.
Cabe uma nota aqui.
Os famosos manuscritos do Mar Morto ficaram escondidos nas cavernas em Quram por quase dois mil anos e só foram descobertos no final dos anos quarenta, quando novamente a Terra Santa voltava às mãos do povo judeu.
Adonay não permitiu que os Livros Sagrados fossem descobertos enquanto Seu povo não voltasse à sua terra. Deus é tremendo!
O povo judeu, mesmo em terra estranha, foi guardado por Deus.
Desde a sua expulsão pós-guerra contra Adriano (132-135 E.C.), o povo foi peregrino em terra estranha, mas nunca perdeu sua identidade nacional, seu temor e devoção ao Deus único. Caminhou por terra estranhas, recitando o “SH’MA ISRAEL”.
Qualquer estudante sabe que uma nação exilada, longe de sua terra, sem seus símbolos nacionais, com a língua praticamente esquecida, não consegue sobreviver por mais de quinhentos anos e assimila naturalmente a cultura em que vive, mas isso não ocorreu com Israel.
O povo de Deus vive debaixo de Leis Divinas, em que as punições têm a finalidade única de trazer de volta os pecadores e nunca a exclusão para a sempre.
A conhecida Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32) é um exemplo clássico para demonstrar como funciona o coração amoroso de nosso Deus, sempre pronto a perdoar, a restaurar e a trazer Seu filho de volta à benção da família.
Guardar os mandamentos é para filhos, não para perdidos.
Guardar mandamentos não tem nada a ver com a salvação da alma, quem deve guardar as Mitzvot são os salvos em Jesus Cristo.
Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele. (João 14:21 NVI).
Guardar os mandamentos é obedecer a Torah, que não é um “jugo pesado”, como muitos dizem, mas sim um jugo suave.
A nossa fé em Yeshua Hamashiach nos leva a viver uma eternidade nos Céus, guardar os mandamentos nos leva a viver uma vida grandemente abençoada hoje, aqui na terra, conforme as promessas de Deus registradas na Torah.
Muitos estão buscando as “bênçãos” e não sabem que elas estão disponíveis aos filhos, apenas precisam descobrir o segredo para obtê-las e vivê-las. Este segredo é a OBEDIÊNCIA.
“Se vocês obedecerem fielmente ao SENHOR, o seu Deus, e seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos que hoje lhes dou, o SENHOR, o seu Deus, os colocará muito acima de todas as nações da terra. Todas estas bênçãos virão sobre vocês e os acompanharão, se vocês obedecerem ao SENHOR, o seu Deus.(Deuteronômio 28:1-2 NVI).
A Palavra de Deus, do início (Bereshit) ao fim (Revelação), exorta-nos a guardarmos os mandamentos de Deus, não de uma forma legalista ou por obrigação, mas com alegria e amor.
E este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos. Como vocês já têm ouvido desde o princípio, o mandamento é este:
Que vocês andem em amor. (2 João 6).
Haftará: Jeremias 16:19 – 17:14
Senhor, minha força e minha fortaleza, meu abrigo seguro na hora da adversidade, a ti virão às nações desde os confins da terra e dirão: “Nossos antepassados possuíam deuses falsos, ídolos inúteis, que não lhes fizeram bem algum.
Pode o homem mortal fazer os seus próprios deuses? Sim, mas estes não seriam deuses!”
“Portanto eu lhes ensinarei; desta vez eu lhes ensinarei sobre o meu poder e sobre a minha força.
Então saberão que o meu nome é SENHOR”. (Jeremias 16:19-21 – NVI).
“Eu sou o SENHOR que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras.
(Jeremias 17:10 – NVI).
Cura-me, SENHOR, e serei curado; salva-me, e serei salvo, pois tu és aquele a quem eu louvo. (Jeremias 17:14 – NVI).
Que passagens bíblicas maravilhosas! Explicam-se por si mesmas.
Mostram a inutilidade dos deuses feitos pelas mãos dos homens e o grande desejo de nosso Deus Único de manifestar-se e mostrar o seu grande poder.
A palavra também nos mostra que Deus “tudo vê”, nada fica encoberto que não seja revelado e, mais ainda, irá recompensar os homens, segundo as suas obras.
A oração que está no versículo quatorze, de Jeremias dezessete, deve ser nossa oração diária.
Precisamos começar o dia na presença de Adonay, quando nos apresentamos em nossa devocional pedindo a Ele condições de vencermos todo o tipo de tentação e problemas que virão no decorrer do dia.
Devemos passar o nosso dia em comunhão constante, vigiando sem cessar, pois o inimigo de nossas almas não desiste.
Também é muito importante que, no final do dia, façamos um balanço para podermos dormir uma noite em paz, debaixo do perdão e das bênçãos do nosso Deus.
Brit Hadashá: 2ª Coríntios 6:14-18
Não se coloquem no mesmo jugo com os incrédulos. Como a justiça e a ilegalidade podem ser sócias? Que comunhão há entre a luz e as trevas? Que harmonia pode existir entre o Messias e B’liya’al? O que há em comum entre o crente e o incrédulo? Que acordo pode haver entre o templo de Deus e os ídolos? Porque somos o templo do Deus vivo – como Deus disse:
“Habitarei neles [...] e andarei entre vocês. Serei seu Deus, e vocês serão meu povo”.
Por isso, ADONAI diz:
“Saiam do meio deles; separem-se, nem mesmo toquem no que é impuro.
Então eu mesmo os receberei.
Na verdade, serei seu Pai,
e vocês serão meus filhos e minhas filhas”, diz ADONAI´TZVA’OT.
(2ª Coríntios 6:14-18 - Bíblia Judaica Completa).
A Nova Aliança nos exorta a vivermos uma vida de separação total para o nosso Deus, somos um povo exclusivo, governados pelo Rei do Universo e Templo do Espírito Santo. Mais que os nossos pais, somos obrigados a viver uma vida santa.
Temos a Escritura Sagrada completa em nossas mãos e ainda gravada em nossos corações. Somos conhecedores dos “tempos”, requer-se que o homem de Deus seja um “fiel despenseiro” (I Cor 4:1-2).
Guardar os mandamentos de Jesus Cristo é viver uma vida de amor sem farisaísmo hipócrita.
Separar-se do mundo não é ser ermitão ou uma pessoa isolada, e sim um embaixador de Cristo que vive no mundo, mas não pertence ao mundo.
A consciência de sermos Templo do Deus Vivo é muito séria, a responsabilidade é esmagadora, precisamos da ajuda diária do Espírito Santo de Deus.
Ser “templo” é ser filho e filha do nosso Pai querido, ADONAY.
Nossa oração sincera é que Ruach HaKodesh capacite a cada um dos leitores a viver esta vida que agrade e glorifique o nosso Deus em tudo.
Um sincero
SHABAT SHALOM
Francisco Nicolau, apóstolo.